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Especiais Nova Prata - RS, 30/01/2014 - 21:09 por Jornal Popular
A noite de 10 de Janeiro de 2014 foi um alerta

Canalização dos arroios Capoeiras e Polacas teve início no final da década de 1950

Foto: Arquivo JP

Vou procurar meio que resumidamente, relatar de algo que já aconteceu com a natureza em nossa cidade:

Nova Prata surgiu no século 18, quando seus primeiros imigrantes aqui se estabelecerem porque acharam uma área de matas devastada por um forte tornado, cujo local levou sua primeira denominação de CAPOEIRAS, pois foi oque restou de uma grande mata, facilitando assim suas tarefas agrícolas, bem como a existência de dois belos riachos (denominados Capoeiras e das Polacas), existindo fartura de água. O povoado cresceu até chegar a nossa atual cidade de Nova Prata.

Na década de 1958 (se não me falha a memória em abril, era Prefeito o Sr. Reinaldo Cherubini), um forte temporal atingiu nossa cidade causando um enorme alagamento atingindo os prédios da área central, onde só para citar alguns, o Café Gaúcho, o Banco Nacional do Comércio (onde hoje existe o Ed. das Lojas Paludo), Grêmio Pratense, todos os prédios em frente a Praça da Bandeira (na rua Henrique Lenzi) foram invadidos pelas águas numa altura de mais um metro e meio A pequena praça da Bandeira foi totalmente destruída, bem como os calçamentos das rua Henrique Lenzi e Av. Borges de Medeiros. A cidade entrou em calamidade Pública.

O temporal que se abateu na cidade foi numa sexta-feira a noite. Agora quero relatar o que de mais importante aconteceu: No domingo por volta das 14:00 horas reuniam-se na frente do café Gaúcho (ponto de habitual de encontro dos pratenses nas horas de lazer), O Prefeito Municipal Sr. Reinaldo Cherubini, entre outros destaco o Sr. Dorvalino Colla (o Foguinho) - Guerino Somavilla - Dirceu Alves - Julio Mombach - Fernando Luzzatto Filho. Dorvalino Zamin (todos Filiados ao PTB da época) observando e lamentando o estado calamitoso que havia se transformado a nossa cidade.

Naquele momento chega ao local do grupo o Deputado Federal PAULO MINCARONI (que estava em campanha de reeleição pelo PTB). Após os cumprimento de prache, o Sr. Dorvalino Colla então Presidente do PTB local, indaga ao Deputado Mincaroni: Paulo tu sempre teve uma votação estrondosa aqui em Nova Prata como candidato preferencial do nosso Partido, mas não tem feito nada para esta cidade. O Paulo respondeu prontamente, mas, vocês nunca me pediram nada, o Dorvalino de imediato responde: então agora vamos te fazer um pedido e vamos verificar teu empenho em nos atender, precisamos de uma verba do Governo Federal para reconstruir oque tu estas presenciando. O Paulo respondeu façam um projeto de canalização dos arrois e me remetam para mim gestionar junto ao DNOS (Departamento Nacional de Obras e Saneamento) os recursos que se fizerem necessários (presenciei o dialogo).

Na semana imediata junto com o Prefeito Sr. Reinaldo Cherubini que era do PSD da época), foi elaborado um projeto de canalização dos arrois acima. Passados 3 meses da entrega do projeto o Município recebe um comunicado do Deputado Paulo dizendo da aprovação de uma verba para as finalidades solicitadas e que a obra seria imediatamente contratada, tendo sido escolhida a Construtora CIPROL, cujo mestre de obra era o Irmão do Sr. Lovando Radel. (O município ganhou uma verdadeira loteria). As obras foram incisadas durante a administração no novo Prefeito Guerino Somavila e dada continuidade na Administração do Prefeito Ernesto Pandolfo. Esta obra foi a salvação da cidade, mas chegou ao seu limite em dois pontos importantíssimos: CAPACIDADE DE ESCOAMENTO e DETERIORIZAÇÃO de sua estrutura, esta ultima causada por falta de manutenção. Sómente para argumentar e sem falsa vaidade posso dizer que conheço toda a história desta gigantesca obra que são as razões da minha preocupação como bom Pratense e por algumas vezes tenho alertado as Administrações do Município dos riscos que estamos correndo. Há anos atrás, na administração do ex-Prefeito João Carlos Schmit, a CORSAN procurando um vazamento na rede dágua, seus empregados tiveram que entrar na galeria ao lado da Loja Wolmaister e percorrendo um trecho abaixo constataram diversos buracos no piso que eram verdadeiras crateras com até 2 metros de profundidade, foram feitas diversas fotos, as quais me foram mostradas, de imediato fui ao Gabinete do Sr. Prefeito e o alertei sobre a grave situação, cujas soluções dos problemas desconheço que tenham sido solucionadas. Numa das gestões do ex-Prefeito Victor Antonio Pletsch, numa conversa descontraida lhe fiz um alerta sobre a falta de manutenção das galerias, o Victor naquele jeito dele em tom de brincadeira me respondeu: mas tu sabes que obra debaixo da terra não dão votos (mas em seguida me afirmou que iria tomar urgentes providências), também não sei se foi tomada alguma medida. Na gestão do ex-Prefeito Mario Minozzo, existia um problema crônico na rua Presidente Vargas, cujas água das chuvas escorriam desde a gruta até a praça central e causando sérios problemas dos prédios nas proximidades dos Correios, o problema foi solucionado com a colocação de uma tubulação de 1,5 m de diâmetro, foi a única obra de escoamento das águas nos últimos 50 anos (e a cidade cresceu e muito). Já ocorreram 3 desmoronamentos em locais diferentes.

Feito este relato histórico vem agora a grande PERGUNTA, que por certo vai ser feita: E recursos para fazer as ampliações e manutenções, sabemos perfeitamente das dificuldades financeiras do Município, mas me atrevo a fazer uma sugestão: A obra das galerias da cidade foram feitas pelo GOVERNO FEDERAL, na década de 50 e 60, através do DNOS, porque não elaborar um projeto, anexando ao anterior e fazer um pedido ao Governo Federal através do Órgão atual que é o Ministério das CIDADES, as justificativas são bem convincentes, pois durante as gestões do Ex-Prefeito Victor o mesmo encaminhou alguma dezenas de projetos ao Governo Federal e aos Deputados para as mais diversas finalidades e segundo foi divulgado sempre atendidas, portanto acredito que um projeto de tal magnitude também poderá ser atendido como foi na década de 1958.

Quero finalizar para dizer vamos enfrentar a solução do problema com todas as forças, para não ter que chorar o leite derramado mais tarde, pois temos uma imensidão de ocorrências desastrosas de enchentes em inúmeras cidades do Brasil.

A TROMBA D´AGUA DA NOITE DE 10/01/2014 FOI UM GRANDE ALERTA!

Almir José Schneider Cattelan
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